quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Barão Nas Árvores (Ítalo Calvino)

Ítalo Calvino é o exemplo de que é possível tratar o absurdo de forma cotidiana. Seja uma infestação de formigas (A Formiga Argentina), a vida de seres que viveram através de bilhões de anos da história do universo (Cosmicômicas) ou um jovem barão que, ainda criança, resolve nunca mais pôr os pés no chão.

É uma história de caprichos que viram compromissos e de compromissos que passam a ditar uma vida.

É também uma história de um grande amor que brota em meio às vontades opostas dos apaixonados.

É acima de tudo um livro leve e que acaba por enredar o inusitado da situação em meio a sentimentos banais que envolver pessoas (bem lá no fundo) comuns.

Um ótimo caminho para se iniciar na obra de Calvino e perceber que, quase sempre, o leiteiro continua entregando o leite mesmo em meio a ruínas.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Animal Agonizante (Philip Roth)

O Animal Agonizante foi, junto com Na Natureza Selvagem (Jon Krakauer), o livro que mais me indicaram até hoje. A diferença é que o "Animal" sempre foi indicado pelo Toninho, meu amigo, e o outro por diversas pessoas.

Pois bem, não faz muito tempo que li O Animal Agonizante. Achei extremamente bem escrito, mas a temática não me pegou de jeito. Não dá pra negar que é um bom livro e que vale a pena ser lido, mas assim como Germinal (Émile Zola), faltou algo que me deixasse realmente fascinado.

Não sei explicar direito. Pode ter sido a época da minha vida, o ritmo em que o li, a obra que li antes, sei lá. Só sei que é um livro que eu recomendo e que até consigo entender porque meu amigo acha sensacional, mas pra mim foi apenas uma boa leitura.

Tudo bem, o reverso comigo acontece com Onetti, que me deixa embasbacado e que muita gente acha lento e comum.

Aliás, toda obra de arte é assim, abre conexões com algumas pessoas e com outras nem tanto. Por isso, indico O Animal Agonizante como um bom livro. Se você achar genial, vou compreender. Se não achar, vou concordar.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Tudo Se Ilumina (Jonathan Safran Foer)

Não tem nada que eu tenha lido do Safran Foer que eu não considere excelente. É um autor que oferece uma narrativa sempre surpreendente, personagens bem construídos e histórias inusitadas.

Hoje vou falar de Tudo Se Ilumina, mas não tem como escapar de, em outro momento, dar minha opinião sobre Extremamente Alto e Incrivelmente Perto e Eating Animals. O último, se não me engano, ainda não publicado no Brasil.

Se alguém aí viu o filme "Uma Vida Iluminada", com o Elijah Wood, já tem uma boa noção da história de Tudo Se Ilumina, mas precisa ler o livro para perceber cada detalhe da escrita de Safran Foer.

O livro conta a história de um americando que vai atrás de suas raízes judaicas na Ucrânia e encontra um mundo repleto de loucos. Aliás, nem sempre dá pra saber quem é o verdadeiro "estranho", se o americano certinho Jonathan ou seu companheiro de viagem ucraniano Alexander.

Talvez uma das coisas que mais tenha me encantado no livro é que a história nos é passada em algumas partes pelo jovem americano, em outras pelo jovem ucraniano e em outras ainda por uma obra esccrita pelo personagem principal (sim, o americano).

Parece confuso, mas é delicioso. É divertido ver a oposição de visões, a lógica de cada um e a forma como aprendem e constroem um ao outro.

Um livro que alguns vão achar difícil, mas que nunca poderá ser considerado "comum" ou deixar o leitor indiferente. Eu acehi sensacional. Recomendo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Seda (Alessandro Baricco)

Seda é um livro delicado, sutil, escrito quase como se fosse um poema.

É curto, mas cheio de detalhes ao contar a história de Hervé Joncour, que vai ao Japão comprar ovos de bicho-da-seda para garantir a sobrevivência da cidade onde vive, na França.
Chegando ao "fim do mundo", encontra uma obsessão que confunde com amor ou um amor que confunde com obsessão.

Um livro feito de sensações, que se lê em uma tarde tranquila, mas que dura dentro da gente por dias e dias.

Recomendadíssimo. Deu vontade de conhecer o restante da obra de Alessandro Baricco.

Leitorzim

Leio porque gosto. Não sou intelectual, não sou literato, não sou crítico. Tenho prazer em falar sobre livros, mas não quero compromisso com prazos.

De vez em quando vou falar aqui sobre o que já li, sobre o que estou lendo, sobre o que gostaria de ler ou reler.

Se o que eu escrever servir, ótimo, mas não me venha com sete pedras só porque não gostou de algo que elogiei.

Como eu disse antes, não sou intelectual, não sou literato, não sou crítico. Leio porque gosto.