domingo, 17 de julho de 2011

Na praia (Ian McEwan)

Engraçado como algumas obras conseguem agradavelmente pequenas em seus detalhes e suas histórias. Na praia é assim, um livro sobre amor jovem que acontece em torno da noite de núpcias do casal virgem e comum do começo da década de 60.

Tudo é construído sobre pequenos fatos, detalhes das personalidades, famílias e silêncios fundamentais. Ainda assim, o livro tem pontuações eróticas e consegue indicar que haverá um clímax, mesmo sem ser agressivo nessa indicação.

É livro bem escrito, que prende a gente e que sabe detalhar para construir o clima e sem se perder na alegoria.

Minha única ressalva fica para o final (SPOILER ALERT) que se depara muito mais sobre Edward vivendo a pós-tragédia do que sobre Florence. Durante todo o livro Ian McEwan equilibra muito bem as duas visões e no final escolhe apenas o lado masculino para dissecar;

Faltou isso, mas é um livro pequeno e belo. Recomendo.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Ilha do Dia Anterior (Umberto Eco)

A Ilha do Dia anterior seria um belo livro de 160 páginas. Infelizmente, tem 430.

A ideia é boa, os personbagens são bacanas, mas quando você acha que a história vai engrenar, Umberto Eco se envolve em um torvelinho de descrições e detalhamentos sem limite e sem propósito.

Assim, a parte boa do livro fica escondida no meio de tanta coisinha. É como uma moldura tão extravagante, mas tão extravagante que não deixa as pessoas prestarem atenção na beleza do quadro.

Para mim, uma leitura custosa, difícil, chata com pinceladas de um belo texto e de uma história interessante.