segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Daytripper (Fábio Moon e Gabriel Bá)

Que belíssima obra dos quadrinhos nacionais. Bobagem, que belíssima obra dos quadrinhos mundiais. Outra bobagem. Que belíssima obra e pronto.

Uma história sobre a vida, sobre os caminhos, as mortes, as pessoas e os entroncamentos do nosso caminho.

Quem veio antes de nós, quem nos fez quem somos, quem ainda seguirá. Muito agradecido ao meu amigo Henrique Lisandro por ter me emprestado Daytripper.

Leitura suave e forte que a gente carrega um bom tempo na alma.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A Comédia Trágica ou a Tragédia Cômica de Mr. Punch (Neil Gaiman)

Talvez seja injusto comparar um livro com outro, mas foi justamente o que aconteceu com "Mr Punch".

Talvez por vindo na sequência de 4 leituras maravilhosas, talvez por ser bem mais fraco do que Sinal e Ruído (também do Neil Gaiman), o livro acabou sendo uma decepção pra mim.

Adorei o clima soturno, mas achei a história fraca, meio sem fio, sem (desculpem o trocadilho) punch.

Um livro apenas regular entre tantos outros tão bons de Neil Gaiman em que se salvam mesmo as ilustrações sempre ousadas de Dave McKean.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Sinal e Ruído (Neil Gaiman e Dave McKean)

A estrutura de Sinal e Ruído é caótica. As ilustrações são caóticas. A obra é muito duca.

Não sei se é porque eu às vezes também construo histórias na minha cabeça e me falta urgência para transformá-las em realidade. A verdade é que o personagem do livro é um roteirista que descobre que vai morrer e então passa a viver para transformar em real a história que tem na cabeça.

O fim do mundo. "O mundo está sempre acabando par alguém". E depois continua, menos para quem ele acabou. O fim do mundo é a morte, não do mundo, mas de cada um. São "pequenos apocalipses".

Muito bom. Fiquei feliz de ter lido em uma manhã de domingo. Urgência e calma são as palavras.

Nada Me Faltará (Lourenço Mutarelli)

Um homem desaparece com a mulher e a filha. Um ano depois ele retorna e é como se não tivesse passado um dia sequer. Não consegue se identificar com a preocupação dos outros, não consegue se preocupar com a mulher e a filha, não consegue seguir em frente.

Assim como Pequeñas Intenciones, de Jorge Consiglio, é um relato da imobilidade, mas nesse caso, temperado com uma boa dose de absurdo.

É um livro escrito quase que inteiramente em diálogos e que se baseia na desconfiança, na dúvida e na incompreensão diante do inexplicável e diante de quem não quer que algo se explique.

Não é um livro que se encerre com conclusões definitivas ou com respostas claras, mas insinua, sim, um caminho. A única mensagem explícita é que sempre é possível seguir em frente se aprendemos a ignorar a coisa certa.

Um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Excelente!

Memória de Minhas Putas Tristes (Gabriel García Márquez)

Depois de Stevenson, García Márquez em ótima forma. Sem trocadilhos, que puta livro.

Um relato triste que tem algo de O Amor Nos Tempos do Cólera no que tange à velhice, mas que fala também sobre a possibilidade sempre quieta de reinventar-se, redescobrir-se, surpreender-se e de quanto o tempo é insignificante diante disso.

Mentira, não é o tempo que é insignificante diante das mudanças. É a idade. O tempo é fundamental de uma forma ou de outa.

De qualquer forma, Memória de Minhas Putas Tristes é um relato emocionante da delicadeza, do desejo e da impossibilidade (voluntária ou não). E o ciúme do que não se quer possuir, ou do que só se é capaz de se possuir sem ter posse, é o companheiro mais amargo que se pode ter.

Um clássico, uma obra linda que eu deveria ter lindo antes.

O Clube do Suicídio e outras histórias (Robert Louis Stevenson)

Estou em uma sequência de livros de tirar o fôlego. Emendei uns 3 ou 4 excelentes e terminei tudo nesse final de semana. Vou escrever sobre todos, mas começando pelo que terminei primeiro, vou falar de Stevenson.

Eu era muito jovem quando li A Ilha do Tesouro e achei simplesmente fantástico. Acho que é o tipo de livro que todo menino de 13 anos deveria ler. Primeiro porque faz a gente amar a leitura e segundo porque faz a gente amar a aventura.

Nunca mais li Stevenson, embora tenha encontrado O Médico e O Monstro (quem não encontrou) em filmes e muitas versões.

Pois O Clube do Suicídio traz a história de Jekyll e Hyde, além de outras preciosidades. É um senhor livro de histórias criativas e fantásticas. O Demônio na Garrafa, a história título, todas enfim são daquelas que fazem nossa imaginação se soltar.

Sem falar que a edição é primorosa e o estilo de Stevenson torna impossível largar a leitura a qualquer momento.

Cara, como eu queria que todo mundo lesse A Ilha do Tesouro e tudo o que o Stevenson escreveu.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Inconfidências de Uma Adolescente (Marcita Coelho)

Outro livro da Coleção Tracinho. Uma adolescente fora do padrão e, ao mesmo tempo, muito parecida com qualquer adolescente narra suas angústias, seus problemas com o pai e até mesmo sua gravidez inesperada.

Curto, simples e bem ao gosto dos adolescentes.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Amores Guardados (Lêda Couto)

Este livro também faz parte da Coleção Tracinho, da editora Fino Traço, assim como quatro dos meus cinco livros infantis.

Ao contrário dos meus, é uma obra para pré-adolescentes e adolescentes, com aquela temática das paixões que temos nessa época, da volatilidade dos sentimentos e dos desejos.

É um livro para a idade e, ainda bem, ainda está bastante cedo para a minha Sophia.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

MSP 50 (Novos artistas)

A coleção MSP 50 começou em 2009 para homenagear os 50 anos de carreira de Mauricio de sousa. Eu, como leitor apaixonado da turminha desde que era criança (meu pai assinava Pelezinho, Cebolinha, Magali, Cascão e Mônica para nós) tenho os três volumes.

O mais recente deles eu acabei de ler não faz 1 minuto e posso dizer que mantém o nível dos outros. São 50 artistas a cada edição fazendo sua versão, com o próprio traço e estilo, de personagens como Astronauta, Penadinho, Capitão Feio, Rei Leonino e outros mais ou menos famosos.

Neste terceiro volume se destacou Tiago Elcerdo com a história mais do que poética sobre Nhô Lau e sua goiabeira, mas não faltam histórias divertidas, experimentais, filosóficas ou simplesmente laudatórias aogrande Maurício.

Recomendadíssimos todos os 3 volumes da série MSP 50.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Vai dormir, porra (Adam Mansbach)

Esse é o tipo de livro que todo pai gostaria de ter escrito. Não me levem a mal, eu amo a minha Sophia e sempre foi um prazer fazê-la dormir, mas as rimas do livro são perfeitas para descrever o ritual que é a enrolação de uma criança que luta contra o sono.

Quero beber água, tô com calor, preciso ir ao banheiro, milhões e milhões de argumentos repetidos à exaustão em busca de mais dois preciosos minutos de olhos abertos. É assim que as crianças agem e levam seus pais à loucura.

Adam Mansbach traduz esse drama de forma divertida e que pode chocar alguns puristas que imaginam que os pais nunca teriam tanta raiva de uma tarefa cotidiana. Divertidíssimo.




Como bônus, Samuel Jackson lendo o original "Go the fuck to sleep".