quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O Treco (Artur Eduardo Souza)



Eu sempre acho complicado ler um livro ou texto de amigos. A gente se sente na obrigação de gostar e fica cheio de dedos para dar o retorno. Agora, quando o livro te surpreende de tão bom, aí a coisa muda de figura.

O livro "O Treco", do redator publicitário Artur Eduardo é simplesmente delicioso. Bem escrito, bem cuidado, com histórias que vão do divertido ao questionador, é daquelas obras que a gente termina de ler e pensa "mas, já?".

Alguns dos contos são dignos de se transformarem em curtas, receberem prêmios ou pelo menos serem reconhecidos pela crítica especializada como belos trabalhos. Já estou com vontade de ler o outro livro do Artur.

Daqui a pouco ele aparece por aqui também.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A memória de uma amizade eterna (Gail Caldwell)



Tô pensando muito pra escrever sobre o que eu achei deste livro. É um bom livro e que, até por tratar de morte e separação, emociona. Mas achei um pouco feminino demais.

E acho até que foi essa a intenção da autora, já que a história é posicionada no universo feminino no que diz respeito a relacionamentos, pontos de vista e tudo mais. Foi uma escolha e é o tema da obra, mas me senti meio "de fora" em alguns trechos, talvez por causa disso.

De qualquer forma, é um bom livro, e acho que, salvo engano, as moças vão gostar ainda mais do que eu.

Ah, e pra quem curte cachorros, como eu, é um prato cheio também. Simplificando demais, parece uma mistura de "Marley e Eu" e hmmm... "Telma e Louise" sem tanta aventura? Não, esquece, é melhor você ler e ver o que acha por conta própria.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios (Marçal Aquino)



O título já é do caramba, mas o livro é melhor ainda. A história do fotógrafo Cauby em algum lugar do Pará e seu envolvimento amoroso com a belíssima e complicadíssima Lavínia é forte como poucas.

Tudo anuncia uma tragédia e, mesmo quando achamos que tudo vai dar certo, o sentimento de inevitabilidade nos acompanha. São personagens ricos e um texto fluido que fazem da leitura um grande prazer.

Senti falta apenas de um detalhamento um pouco maior do pastor Ernani, mas aí é coisa de quem enxergou um personagem tão interessante que acha que o seu papel deveria ser maior. Bobagens de leitor.

Li rapidinho e fiquei com muita vontade de ver o filme. Mas depois passou. O risco de ver um filme baseado em um livro tão bom ainda é muito grande pra mim.

Diomedes (Lourenço Mutarelli)



Eu já tinha lido alguma coisinha, mas fui descobrir Lourenço Mutarelli de verdade em 2012, com o bacaníssimo "Nada me faltará". Agora, fui ler Diomedes e me surpreendi novamente, dessa vez com o traço que se alterna entre o grotesco e o "quase perfeito".

Diomedes é um livro detetivesco que mistura humor, loucura e um lirismo dolorido em algumas passagens. Personagens que entram repentinamente na história e desaparecem, gente que volta inesperadamente e muitas tramas paralelas.

Só me incomodou um pouco a linha meio "forçada" que une a trilogia. Talvez as histórias funcionassem melhor como tramas separadas que se tocam em algum momento do que tentando seguir um rumo único.

A última das três, então, é completamente alucinada, o que não quer dizer que seja ruim.

É um livro muito bom que, provavelmente, seria ainda melhor se fosse três.


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Contos - volumes 1, 2 e 3 (Ernest Hemingway)







Duas observações antes de começar: primeiro, eu preferi fazer um texto sobre os três livros juntos porque acho meio sacanagem falar sobre três livros de contos do mesmo autor como se fossem obras separadas. Segundo, eu acho uma sacanagem lançar os contos de Hemingway em três volumes separados ao invés de fazer uma edição completa e grandona com todos os contos.

De qualquer forma, é bom vocês saberem que eu sou fã de Hemingway. O Velho e o Mar, Por Quem os Sinos Dobram e Paris é Uma Festa são alguns dos meus livros preferidos, especialmente o último. Minha única decepção foi Sangue e Areia, que me parece abaixo dos outros.

Pois bem, lendo estes livros de contos eu entendi o por quê. Sangue e Areia é material para narrativa curta, na minha opinião. Seria perfeito se tivesse o tamanho, por exemplo, de As Neves do Kilimanjaro. Mas isso é só uma observação que pode ser uma tremenda bobagem.

De qualquer forma, adorei os contos também. São histórias passadas na guerra (Itália e Espanha em sua maioria), no interior americano, na África, na Flórida e em Cuba que nos fazem enxergar a paisagem e entrar nos dramas dos personagens.

Algumas são extremamente simples e curtas e outras são grandes torvelinhos de emoções.

Uma bela experiiencia literária para quem já gosta de Hemingway e para quem nunca ouviu falar.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Pai Goriot (Honoré de Balzac)



Existe uma história bem bacana em O Pai Goriot. Existe uma crítica à sociedade, existem os conflitos de um jovem, existe um final que deixa muito a se imaginar.

Infelizmente existe também o estilo rebuscado demais como era comum na época e que, às vezes, nos faz desligar um pouco da história em meio a tantos exageros nas descrições.

Demorei bastante a ler O Pai Goriot e, embora tenha gostado bastante no geral e ao final, não posso dizer que tenha sido uma experiência sempre tranquila ou fácil.

Recomendo, mas apenas para certo tipo de leitor e em doses homeopáticas.