quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Metallica - A Biografia (Mick Wall)



Existem alguns motivos para se ler uma biografia. Nos casos de "O Santo Sujo", sobre Jayme Ovalle e escrita por Humberto Werneck e "Estrela Solitária", sobre Garrincha escrita por Ruy Castro, a própria vida dos personagens vale a leitura. Seja você é fã deles ou não, a história e as pessoas já garantem que vai valer a leitura.

Outra situação são os livros muito bem escritos que te fazem não parar de ler, mesmo que você não conheça ou se interesse tanto pelos biografados. Exemplos são o "Born Standing Up" do Steve Martin e o "Bossypants" da Tina Fey.

No caso de "Metallica - A Biografia", a coisa é diferente. O livro é bem legal se você for fã, caso contrário, bobagem.

Eu, como sou fã do grupo desde que fui apresentado à banda por meu amigo Alexandre Magno lá pelos idos de 1986, curti bastante. É bem verdade que o álbum preto foi o último que comprei e que de Load e Reload pra cá eu quase não sigo mais o movimento dos caras, ams é muito bom saber do começo do grupo, da treta com Dave Mustaine, do lance do Napster e, principalmente, tudo o que envolveu Cliff Burton antes e depois da sua morte.

Terminei o livro sem mudar minha visão sobre a banda. Um grupo que foi muito foda, que se tornou gigantesco e que abriu seu público de uma forma nunca antes vista para uma banda de metal.

Vale muito a viagem. Mas só se você for fã dos caras.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Através do Espelho (Lewis Carroll)


Antes de mais nada, se você viu os filmes da Disney e de Tim Burton, você não conhece a história de Alice.

Em segundo lugar, eu li separadamente Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e acho que fiz uma grande bobagem. O ideal é ler na sequência e curtir a história inteira, percebendo detalhes, personagens e todo o clima da obra.

Gostei muitíssimo de Através do Espelho e esse é, sem dúvidas, um livro que vou guardar para a Sophia.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A Queda (Diogo Mainardi)



Eu acho Diogo Mainardi um péssimo articulista. É um cara maniqueísta e incapaz de aceitar qualquer visão ou opinião que não seja a sua. Ainda assim, despi-me de todo o preconceito para ler A Queda, já que o livro fala sobre Tito, o filho mais velho de Diogo que tem paralisia cerebral.

Gostando ou não de Mainardi, o cara é inteligente e sabe escrever. Por isso, o livro flui muito bem e a forma encontrada para contar a história é bem bacana.

Só senti falta de uma coisa: emoção. Sei que alguns acham uma sacanagem comparar obras, mas perto de "O Filho Eterno", por exemplo, o livro de Mainardi vira uma coluna de Veja. Precisando escolher (o que você não precisa), fique com o Cristóvão Tezza.

Entendam, considero o livro uma boa leitura, mas achei que a fresta sobre as emoções humanas do autor poderia estar mais aberta. "A Queda", de qualquer forma, está longe de ser uma perda de tempo.


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Snuff (Chuck Palahniuk)



Chuck Palahniuk é um doidão no sentido mais amplo da palavra. O cara escreveu Clube da Luta, Monstros Invisíveis e agora eu leio esse Snuff, que se passa no set de um filme pornô em que uma atriz quer transar com 600 homens na sequência e bater o recorde mundial.

Gente estranha, lugares insólitos, tramas cheias de loucuras e reviravoltas. Se os livros de Chuck fossem uma pessoa, seriam os mais exagerados drag queens. E Snuff não foge à regra.

Para quem gosta do estilo literário em questão, como eu, é um prato cheio. Para quem prefere os textos mais tradicionais, pode ser intencionalmente indigesto.

Na dúvida, arrisque. O cara é muito bom.

Belo Horizonte (24 autores)



A iniciativa do Livro de Graça na Praça é das coisas mais bacanas que acontecem em BH. Ano passado o projeto completou 10 anos e brindou o público com 24 textos de 24 autores diferentes, sempre com alguma relação com a capital mineira.

Meu amigo Carlos Henrique de Campos é um dos autores e dá um show com sua história que coloca um Elvis Presley aposentado morando em BH. Mas estão aí também muitos outros trabalhos bacanas que valem a pena a leitura da obra.

2013 tem mais, e quem gosta de ler não pode perder.

José e Pilar (Miguel Gonçalves Mendes)



De uma série de entrevistas com um dos maiores escritores do mundo (na minha opinião) e de sua mulher, sai um livro que mostra o lado privado do autor e sua companheira, mas também uma coletânea de frases e pensamentos inteligentes e intrigantes, mesmo que nem sempre próximos da visão de quem lê (no caso, eu).

Saramago corresponde mais ou menos ao que eu imaginava, mas Pilar foi uma surpresa por sua energia, seu "radicalismo" e, algumas vezes, sua incoerência.

É um casal que parece, no entanto, semelhante naquilo que realmente importa e, imagino, a morte de Saramago deve ter sido realmente difícil para a companheira.

Vale o registro do homem e de sua mulher. Se não é um grande livro, é um belo documento para quem gosta de ler.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Você e Suas Circunstâncias (Artur Eduardo)







Artur Eduardo deveria ser reconhecido pelo escritor divertido e criativo que ele é.

Deveria ter a obra lida por mais gente e elogiada por mais críticos. E é lógico que receberia tudo isso com a despretensão e a humildade que fazem parte dele.

Você e Suas Circunstâncias é um livro tão bom, senão melhor, que seu primeiro "O Treco", do qual já falei aqui.

Histórias bem humoradas, cotidianas ou não, em que o leitor é sempre o personagem principal. Divertido, leve e daqueles que dá vontade de reler logo em seguida pra memorizar os melhores momentos.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Até o dia em que o cão morreu (Daniel Galera)



Difícil imaginar que este seja um livro de estréia. Daniel Galera conseguiu me transportar para uma Porto alegre que mal conheço e me envolveu em um texto que devorei em menos de 24 horas.

Uma excelente leitura que, para mim, teve um único ponto falho já bem no finalzinho. Nnao tirou o prazer, mas deixou aquela sensação de "putz, isso foi QUASE PERFEITO".

Recomendo muito passear pelo mundinho pequeno do personagem por onde as outras pessoas entram como réstias de luz, sem compromisso de ficar e iluminando por um tempo breve o espaço.

É o tipo de obra que dá a sensação de que você mesmo poderia ter escrito, mas acredite, nada poderia estar mais longe da verdade.

Tinkers (Paul Harding)



Comprei esse livro quando estive nos EUA por indicação do vendedor da livraria e posso dizer que o cara acertou na veia.

Tinkers é um livro que caminha pela vida para falar da morte. Se tivesse uma cor, seria azul em seus mais diversos tons e transitaria entre o sonho, a paz e a certeza do fim.

Não é um livro leve, não é um livro direto, pelo contrário. Paul Harding consegue falar das experiências mais duras da vida com um toque de poesia. A rotina, a dor, o fim, tudo ganha tons poéticos e uma força indescritível.

As trajetórias de um pai e de um filho, seus pontos de encontro e desenvontro e cada um encontrando seu fim. Duas vidas totalmente diferentes entrelaçadas por um invisível fio comum.

Lindo livro.