segunda-feira, 11 de maio de 2015

Tudo é rio (Carla Madeira)



Faz tempo que aprendi a não confundir alguém que escreve boas letras de música, bons textos publicitários, jornalísticos ou jurídicos com alguém que escreve bons livros. São habilidades diferentes que raramente coincidem em uma mesma pessoa.

Felizmente a coincidência ocorreu com a Carla Madeira. Publicitária de primeira linha, Carla apresenta através de sua primeira novela uma autora que sabe o que e como dizer.

Personagens bem construídas, uma trama com pelo menos duas ou três boas reviravoltas e uma linguagem que mistura o poético e o erótico com uma facilidade tremenda fazem de "Tudo é rio" um livro que vale a pena ler.

E se serve de indicação, eu precisei apenas de uma manhã livre para ler todo e gostar muito, contrariando a sugestão no prefácio da Cris Guerra. Agora é reler alguns trechos e deixar a boa escrita tomar conta.

Parabéns, Carla.

Vidas Novas (Ingo Schulze)



Olá, amiguinhos, estou de volta após um longo e tenebroso inverno. Muitos livros que li nesse período ficaram de fora do blog e assim permanecerão. É a vida.

Enquanto isso, falemos do nosso "Vidas Novas". O autor Ingo Schulze também escreveu o ótimo Celular e por isso comecei a nova leitura cheio de pique. Foram 250 páginas de agonia até que o livro, pelo menos pra mim, engrenou.

Nas quase 400 páginas que se seguiram peguei o ritmo e realmente comecei a gostar da história de Enrico Türmer, contada a partir das próprias cartas. Sim, é um romance epistolar passado no período imediatamente anterior ao fim da Alemanha Oriental.

O aspirante a escritor que fundou um jornal e depois deu um golpe soa quase real o tempo inteiro. Pra ser sincero, cheguei a procurar Türmer no Google. É um livro que expõe o talento de Schulze, mas cuja narrativa realmente custou a me prender.

Valeu pela experiência que vivi da metade pra frente.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Um Time de Primeira (vários autores)



Uma coletânea de crônicas onde o futebol aparece, com mais ou menos importância, desde sua chegada ao Brasil até os dias atuais.

Tem de tudo: coisa boa, coisa em que futebol é só detalhe, coisa fraca.

De qualquer forma, vale por alguns bons textos e por mostrar uma história do futebol brasileiro através dos olhares de diversos bons escritores. Se estiver baratinho, tipo na Biblioteca solidária, pode comprar.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O Perseguidor (Julio Cortázar)



A relação entre um crítico de jazz / escritor / fã e seu ídolo, um saxofonista que balança entre a loucura e a genialidade, é o tema deste livro de Cortázar do qual eu nunca havia ouvido falar.

A história é curta, as ilustrações são ótimas e, se não me encantou como O Jogo da Amarelinha, também não decepcionou.

Vale a leitura e a reflexão sobre como interesse e admiração podem ajudar a construir ou prevenir uma amizade.

terça-feira, 29 de julho de 2014

The Smiths - A light that never goes out (Tony Fletcher)



Pros fãs da banda, como eu, um prato cheio. Para os que gostam de um livro bem escrito, boa pedida. Além dos detalhes sobre a vida dos integrantes e da própria banda, o livro fala sobre a cena musical na Inglaterra nas décadas de 70 e 80 e ainda mostra como talento não tem nada a ver com capacidade de gerenciar uma banda.

Enfim, uma história que lembra épocas boas e uma grande banda, mas que deixa um gostinho amargo por saber que eles poderiam ter ido tão mais longe.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A desumanização (Valter Hugo Mãe)



Valter Hugo Mãe escreve poeticamente sobre praticamente tudo. Uma visão diferente, um texto inteligente e muitas vezes surreal e mesmo uma constatação cotidiana, tudo é dito com poesia.

A Desumanização talvez seja o mais poético dos livros de Valter Hugo Mãe, mesmo não sendo sua obra-prima. Seus personagens são dolorosamente humanos e a história da irmã gêmea que morre e deixa a outra a lutar por sua identidade em um canto inóspito da Islândia chega a mostrar o frio e o inóspito da paisagem em sua essência.

Um ambiente que julga e aprisiona a irmã menos morta e que serve de palco para amores improváveis e absurdos. Um livro que vale muito ser lido.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Boitempo (Carlos Drummond de Andrade)



Poemas de Drummond sobre uma infância longínqua e eterna. Pra ler de uma vez só ou aos poucos. Do primeiro amor à primeira morte passando por tudo o que há no meio.

a gente acaba de ler e fica exalando poesia um tempinho.