terça-feira, 27 de setembro de 2011

Burr (Gore Vidal)

Nazca não estava no roteiro original da minha viagem pela América do Sul (Bolívia, Chile e Peru) em 1997. Não que eu não tivesse interesse pela cidade, mas é que ela ficava simplesmente muito fora de mão.

Meio que por acaso meu trajeto foi mudando e acabei chegando a Nazca. O plano era chegar, sobrevoar as linhas e ir embora no mesmo dia, sem sequer dormir.

Por causa dos ventos tive que ficar e, mesmo ficando muito puto na hora, foi uma das melhores coisas que me aconteceram.

As linhas são fantásticas, comi em um lugar muito legal, tomei decisões importantes para a minha vida na época e, em um bar, conheci três peruanos sendo que um deles, Fernando Zambrano, me presenteou com uma edição do livro Burr, de Gore Vidal, com a promessa de que me ajudaria a entender "porque os Estados Unidos são assim".

Essa historinha toda foi só pra contar que Burr foi o livro que mais demorei a ler. Ganhei o livro há praticamente 15 anos e tentei começá-lo três vezes, mas só concluí a leitura hoje de manhã.

É um livro difícil de engrenar como foi para mim "O Amor nos Tempos do Cólera", de García Márquez, e ainda com o agravante de estar escrito em espanhol. Apesar disso tudo, o livro ganha força depois da página 200 (são 482) e aí fica difícil parar de ler.

A novela histórica que conta a construção da nação estadunidense do ponto-de-vista de seu terceiro vice-presidente Aaron Burr. Bem, na verdade o ponto-de-vista é do biógrafo de Burr, Charles Schuyler, um dos poucos personagens de ficção da obra.

De qualquer forma, é impossível não se afeiçoar a Burr e história pessoal do homem acaba ficando acima do conteúdo histórico. Um livro que cresce à medida em que se lê e que eu deveria ter lido antes.

2 comentários:

  1. Gostei muito da sugestão. Anotada e colocada na lista.

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  2. Tomara que goste, Marco, vale a pena romper o princípio difícil pra saborear o resto.

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