quarta-feira, 2 de março de 2011

Almas Mortas (Nikolai Gógol)

Almas Mortas é um livro sensacional, mesmo não tendo final.

Até onde eu sei, Gógol queimou todos os originais da segunda parte que concluiria a obra e deixou uma narrativa interrompida, o que faz a gente imaginar caminhos e desfechos para o protagonista Tchítchicov.

Até a última linha impressa, Tchítchicov nos envolve em seu plano de comprar "almas mortas", ou seja, adquirir os servos falecidos de proprietários rurais, antes que estes fossem declarados como mortos aos recenseadores.

A ideia era mostrar-se como grande proprietário de almas para obter vantagens, prestígio e, é claro, dinheiro.

Na minha cabeça, Tchítchicov conseguiu sucesso com seu plano e, assim que foi descoberto, levou toda a sua riqueza para Viena, onde continuo aplicando pequenos golpes na elite local. Mas eu não sou Gógol e nem Púchkin, que sugeriu a ele o argumento que deu origem ao livro, e tenho certeza de que a solução deles seria muitíssimo melhor do que esta.

De qualquer forma, bom mesmo é ler Almas Mortas, se embrenhar na corrupção e na decadência da sociedade rural russa da época e depois imaginar os próprios finais quantas vezes quiser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário