quinta-feira, 28 de abril de 2011

A Peste (Albert Camus)

O Estrangeiro costuma ser o livro-referência quando se pensa em Camus e é, realmente, uma bela obra. Só que por alguma questão que não sei explicar, dos três livros que li do autor, A Peste foi o que mais mexeu comigo (A Queda é apenas razoável).

A Peste conta uma história de resistência diante do inevitável, mas não uma história sobre o triunfo da vontade ou do heroísmo que vence as adversidades. Para mim, é o retrato da nossa luta cega contra o inevitável e de como a sorte abençoa alguns e ignora outros.

O livro fala da união de pessoas comuns contra o horror, da coisas que simplesmente acontecem e mudam nossos planos, das decisões que tomamos e como elas podem não afetar o grande esquema das coisas, mas alteram os pequenos rumos, as trajetórias individuais.

É um contraponto entre as grandes catástrofes e os pequenos dramas, humano até doer e doído até não poder mais. Tudo isso coroado por um final dos mais bacanas.

A Peste é daqueles livros que não se contenta em ser apenas mais uma leitura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário