A Índia de quando eu era garoto vivia no meu imaginário como uma terra de aventuras, tigres e grandes selvas. Não era um lugar místico, mas um lugar selvagem e Kipling provavelmente é um dos grandes responsáveis por isso com seu Mogli e seu homem que queria ser rei.
Kipling está para a Índia como Joseph Conrad está para a África. E se Conrad cria climas mais intensos, Kipling é um contador de histórias superior.
Neste livro é quase possível sentir o calor, a estranheza do inglês em meio aquilo tudo e a história dos livros de escola sendo moldada pelo povo dominante.
Fora isso, cada pequeno texto é uma jóia, uma maravilha de detalhes, cores e narrativa que faz a gente se embrenhar no meio da selva com meninos-lobos, povos estranhos e a certeza de que obras assim ajuda a preservar o mundo como ele já foi e como deveria continuar sendo na nossa imaginação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário