quinta-feira, 1 de março de 2012

Bartleby, o Escrivão (Herman Melville)

Quando a gente pensa em Herman Melville, pensa em Moby Dick. É a sua grande obra e isso não se discute. É o Quixote de Cervantes, Os Miseráveis de Victor Hugo.

Só que pra mim Moby Dick não é a melhor obra de Melville, embora eu tenha adorado o livro. Existe um outro livrinho para o qual a Cosac Naify fez uma edição primorosa que me deixou muito mais impressionado: Bartleby, o Escrivão.

A história de um homem com um emprego medíocre, uma vida medíocre e que tem a capacidade invejável de ignorar os fatos e as imposições à sua volta. Ouve o que quer ouvir e faz o que quer fazer, sempre com a diligência e a firmeza (mas não com a obediência) de um bom funcionário.

Assim como Ahab, em Moby Dick, Bartleby é um obstinado, mas sua luta é contra algo bem menos específico do que uma enorme baleia branca. É uma luta contra o mundo exterior, contra a realidade, contra tudo o que se interponha ao seu caminhar aparentemente sem objetivo.

Uma luta que Bartleby enfrenta com a calma, a indiferença e a clareza que só os loucos possuem.

2 comentários:

  1. Taí Maurilo: segundo livro que leio motivado pelo seu blog. Legal, né?
    Já havia comprado O Escrivão há tempos, esta edição da Cosac Naify que vc leu. Realmente linda, mas no meu livro algumas páginas não foram cortadas e tive que fazê-lo via tesoura/estilete (acidente ou proposital? Se foi proposital não curti).
    Estória curtinha e inquietadora. Quantas vezes já sentimos vontades de responder "I would prefer not to" a um monte de coisas? Mais louco que isso só a falta de reação a esta resposta!

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  2. Legal demais, Bruno. O lance das folhas coladas é intencional, sim, mas o meu veio com algo para cortar, agora não me lembro o que era.

    A postura do cara é maravilhosa mesmo e dá vontade de assumir isso algumas vezes. Mas aí entra em cena o excesso de civilização e a necessidade de aprovação.

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